As câmeras de segurança são uma grande prova em casos de acidentes de trânsito, mas a análise frequentemente é bem mais complicada do que parece.
Estes sistemas foram criados basicamente para registrar a movimentação, tentando melhorar a segurança. As câmeras têm construção simples e barata, já que a finalidade não é alta qualidade de imagem. É comum termos imagens distorcidas e com baixa resolução. O registro do tempo também não tem a finalidade de ser preciso.
E, para economizar espaço de armazenagem, muitas vezes uma imagem é mostrada duas vezes, gravada parcialmente ou com intervalos irregulares.
Então, a velocidade de gravação (quadros por segundo ou fps) mostrada pode ser apenas uma média.
Quando vamos fazer uma medição da velocidade do veículo que aparece em um vídeo, é preciso:
- Corrigir a imagem quanto à distorções;
- Acessar o arquivo de Metadata, onde estão os dados de cada quadro (imagem), especialmente sua correta velocidade de gravação;
- Eventualmente será necessário gravar um vídeo no sistema segurança com parâmetros controlados para comparar com o vídeo original.
Tudo isto exige sofisticados softwares e treinamento para se saber quais dados são confiáveis.
Fundamental que a análise seja feita a partir de um arquivo original (não no formato mp4, mov, wmv, flv, avi etc.) e sem compressão extraído do sistema de segurança.
Frequentemente o vídeo do acidente de trânsito é reproduzido na tela do computador e esta imagem é filmada com o celular. Isto dificulta muitíssimo a análise posterior, às vezes tornando-a inviável, exatamente por não se ter acesso à Metadata original – é como se criasse uma máscara sobre o vídeo original do sistema de segurança.
O ideal é que um cálculo de velocidade através de um vídeo seja sempre confirmado através de outra técnica (EDR, Simulação do Acidente com Software, análise do disco do tacógrafo etc.).
Se envolveu em um acidente de trânsito ? Tente obter o arquivo original o mais rápido possível.