ADR - Accident Data Recorder
Há muitos anos a F1 vem usando a telemetria para acerto e desenvolvimento dos carros.
A Willians FW16 de Senna tinha duas importantes Centrais Eletrônicas, uma para o motor Renault e outra para o chassis Williams. Também havia uma câmera instalada pela FIA para gerar imagens para a TV.
Os primeiros ADRs usados em competição foram na Indy, em 1993.
Na F1, ADRs começaram a ser usados oficialmente em 1997 e na Fórmula 3000 e GP2 em 2000.
NASCAR os chama de IDR (Incident Data Recorder) e são usados desde 2002. Também equipa carros da Sprint Cup e Camping World Truck.
Categorias como DTM, V8 Supercars, F4, F3 europeia, F2, WRC, WTCC e WEC também usam ADRs.
Mas há outras formas de aquisição de dados dos acidentes. Desde 2005 a Indy já usa acelerômetros de 3 eixos (x, y e z), colocados juntos ao pequeno fone de ouvido do piloto, registrando as desacelerações sofridas pela cabeça.
A partir de 2014, F1 também passou a utilizar o sistema.
Em 2016 a FIA introduziu nos F1 uma câmera de alta resolução (400 fps) focada para o capacete do piloto.
Acelerômetros e câmera dão um perfeito entendimento do que acontece com a cabeça do piloto no momento do acidente.
O acidente de Fernado Alonso na Austrália em 2016 é um excelente exemplo das informações que podem ser coletadas. Alonso estava a 313 km/h, iniciou uma ultrapassagem sobre Esteban Gutiérrez e diminuiu para 305 km/h antes de tocar sua roda dianteira direita na traseira esquerda do carro da HAAS. Em seguida, colidiu com a parede lateral, gerando um pico de desaceleração de 45g.
A câmera de alta definição mostrou que a cabeça de Alonso se chocou duas vezes com a proteção interna do cockpit e os acelerômetos nos ouvidos registraram estes impactos.
Logo em seguida o carro capotou (540 graus), ficou 0,9s no ar e um pico de desaceleração de 46g foi registrado.
No impacto com o solo, outro pico de desaceleração de 20g.
Alonso saiu do carro caminhando graças a modernas células de segurança (cockpit) que são testadas em laboratórios, diversos sistemas de segurança extras como o HANS do capacete e boas áreas de escape nas pistas.
Estudos mostram que os pilotos podem suportar picos de impacto superiores a 70g em monopostos modernos.
Outro interessante dispositivo da F1 usa luzes no lado externo do cockpit para indicar à equipe de socorro que o carro sofreu uma desaceleração superior a 18g, e por isto devem estar bastante mais atentos ao resgate.
Em 2021 a FIA lançou um IDR de baixo custo para categorias de base e amadores.
Estes maravilhosos dispositivos estão ajudando a termos um automobilismo muito mais seguro, com um número de mortes e feridos graves muito mais baixo daquele de 25 anos atrás.